Jovens da PJC na Jornada Mundial da Juventude 2011

Oito jovens da Paróquia Santíssima Trindade se reuniram para ir a Espanha participar da Jornada Mundial da Juventude, um grande encontro de jovens de todo o mundo em torno do nosso Papa Bento XVI. Como alguns destes jovens fazem parte da Pastoral Juventude Católica, pegamos o depoimento de alguns deles, para que possamos saber um pouco do que de melhor vivenciaram nessa jornada de fé...

"A jornada Mundial da Juventude foi mais do que tudo uma troca de experiências onde pude compartilhar a minha fé junto com todos que ali estavam. Antes não acreditava que iria, achava impossível ir em uma jornada em um país distante vendendo brigadeiro, aos olhos humanos realmente mais Deus foi quem improvisou, Deus foi o Nosso Tudo, como aquela frase famosa Deus no nosso nada fez o tudo.

      

Na Primeira semana pudemos experimentar da realidade espanhola, ficamos hospedados em casas de famílias em uma cidadizinha chamada Molina de Aragon, foi ali que Deus falou ao Nosso coração, foi ali que vimos a realidade da Espanha, a Espanha sem Deus, a Espanha de Jovens e adolescentes Fumantes e viciados em Alcool, a Espanha de igrejas vazias e sem jovens, mas os que permanecem nas igrejas com uma vontade e um desejo de servir que era de se admirar, a senhora que me acolheu em sua casa Maria de Assuncion, uma casa tipicamente espanhola tradicional, a comida espanhola com o seu gosto peculiar e nada gostosa (não tinha feijão nem arroz) mais comemos assim mesmo!

 No final da Pré Jornada fomos a uma feira de carismas, onde vivemos a cultura de vários países onde também apresentamos o nosso carisma o ‘’samba’’ rsrsrs, foi uma experiência que trago em meu coração e uma experiência única.

 Já chegando na cidade de Madrid vimos porque o Beato João Paulo II colocou o nome de Jornada neste encontro, porque realmente é uma jornada, uma jornada para comer para chegar alojamento a tempo, para lanchar, para dormir pois estávamos em um alojamento com mais de 200 pessoas, acho que chamar de alojamento é chique mais era uma quadra de uma escola, estávamos Portugueses e brasileiros, um momento único de culturas muito diferentes, mais voltando, uma jornada para chegar ate as catequeses em português pois eram distantes e não conhecíamos nada, para ver o papa tivemos que chegar cedo e não sair do lugar: ex chegada do papa as 20:00 as 08:00 já estávamos lá, via sacra aprendi a furar fila ou melhor a conquistar um lugar, na vigília sol, chuva, frio, saco de dormir molhado (dormimos nele assim), andamos muito.

 Mais em tudo Deus nos formou em tudo Deus nos capacitou, na chegada do papa pude vê-lo de perto, muito de perto onde nossos olhares se cruzaram, 2 vezes neste dia, depois na Via Sacra mais uma vez o papa passa do meu lado e olha para mim, na vigília estava longe mais o que ouvi e o amor que o papa demonstrou a mim Jovem foi incrível como um pai que se preucupa com seus filhos, o papa no dia seguinte falou: filhinhos acordei varias vezes nesta noite, pois estava preucupado com vocês! A maior demonstração de carinho que o papa poderia nos dar, e terminarmos a jornada com o santo padre falando que a próxima Jornada seria aqui , é como se fechar a Jornada em Madrid com chave de ouro.Termino com a frase que marcou a jornada: Essa é a juventude do Papa!"

Leonardo Souza da Silva 

"É do conhecimento de todos que do dia 9 ao dia 23 de agosto de 2011 um grupo de oito jovens da Paróquia Santíssima Trindade viveram a tão esperada Jornada Mundial da Juventude. Mas o que poucos sabem é que cada um viveu a sua jornada. Cada um teve uma individual vivência daquilo que nos era proposto a cada dia. Cada um ouviu e obedeceu as palavras de nosso pastor pe. Wellington de seu jeito: “Que nada atrapalhe sua jornada’. ‘Vivam tudo em espírito esportivo’. ‘Paciência’. ‘A tudo daí graças!” 

 Quero contar um pouco sobre uma das mais fortes experiências que vivi que foi a Vigília no aeroporto de Quatro Ventos. Esse evento é um dos ápices da Jornada, um momento do jovem com o Mestre, onde reclinamos nossos ouvidos para ouvi-lo. Mas quase que não o vivo.

 Aconteceu que no dia da Vigília eu e um grupo de jovens decidimos visitar duas Igrejas antes de ir para Quatro Ventos, afinal, o evento só começava de fato às 20:30 horas. Também tinha o desejo de ir caminhando até o local, como é tradição das Jornadas. Uma forma de ofertar um pequeno sacrifício a Deus antes de viver a Vigília. Bem, com todos esses meus planos, cheguei no portão de Quatro Ventos às 18:30hs... Cedo, mas não o suficiente. Quando chegamos lá, aconteceu o imprevisível: fecharam os portões bem antes da hora. Não estavam deixando mais entrar, por medidas de segurança. Superlotou! Muitas pessoas ocuparam lugares que não deveriam estar. 

 Imaginava todo trabalho de quase um ano vendendo doces, rifas, carnês... Pra ficar do lado de fora no dia mais importante da JMJ... Chorei... E choravam... Os seguranças, sempre frios e seguros de suas decisões de não nos deixar entrar. Os voluntários tristes junto conosco. E assim foram três dolorosas horas. Num era possível. Ficamos de 18:30hs até 21:30hs presos no portão de Quatro Ventos, lendo numa placa bem grande: “Seja bem vindo”. E eu repetia para mim mesma: não estou me sentindo bem vinda.

O mais bonito de se ver era a fé! Milhares de jovens presos do lado de fora, enquanto seu pai falava lá dentro, e ninguém brigava, ninguém forçava entrada. Todos enfurecidos, mas resignados. Ali fora rezamos o terço da Misericórdia, choramos, confiamos... E pouco antes da chuva cair eles nos permitiram entrar. Pareciam ter organizado lá dentro. Lembro que dei à mão aos jovens que estavam do meu lado e caminhamos, passo-a-passo, conforme nos foi pedido. A vontade era de correr! Correr muito e gritar: “Papa, chegamos!”

Mal chegamos ao nosso posto, a chuva caiu. Chuva de bênçãos!!! E o chefe da cerimônia perguntou ao Santo Padre se era para finalizar a vigília, devido a forte chuva e vento, ou continuar. E ele respondeu: “No, nos quedamos!” Não, nós ficaremos! E, depois de uma pequena pausa, o Santo Padre continuou a Vigília. Milhões de jovens gritavam: “Esta es la Juventud del Papa!”, “Benedictu”. E a Juventude do Papa não se assustava com a chuva, ficava ali, firme na fé.

Foi pedido silêncio para exposição do Santíssimo Sacramento. Imaginava: “Tá bom que vão fazer silêncio!”. Mas para surpresa minha e de muitos que estavam ali com o Santíssimo na Custódia o sagrado silêncio reinou. Dois milhões de jovens em silêncio. Então o Santo Padre nos consagrou ao Coração de Jesus e nos deu a bênção. Logo após, nos desejou uma boa noite de sono... Meio louco isso, ter uma boa noite de sono em baixo do sereno, com risco de mais chuva, em meio a dois milhões de jovens roncando e conversando... Mas por incrível que parece, EU TIVE UMA BOA NOITE DE SONO. Talvez o cansaço excessivo tenha ajudado. Acordei umas duas vezes na noite, olhava para o Céu, todo escuro, sem muitas estrelas, levava um susto, porque parecia um abismo, mas logo lembrava donde estava, e feliz voltava a dormir.

De manhã, a santa Missa. O Papa perguntava se tínhamos dormido bem. Ele estava tão longe, mas tão perto. Tudo bem que, se nós tivéssemos dormido mal, o Papa nem iria saber, mas só por perguntar... Paizãoo! Se ele não podia cuidar, Deus nos cuidou, e nos cuidou por meio das orações dele, que tenho certeza que muito rezou por nós nessa noite.

 Agora digo: valeu à pena! E faria tudo novamente para ir a essa JMJ em Madrid. São 9 horas em cima do Oceano? São doze horas carregando mochilas nas costas todos os dias? São sei lá quantas horas em filas de banheiros e de refeições? Mas são incontáveis experiências e inenarráveis bênçãos que fortificaram minha fé e me fizeram desejar morrer no solo santo que é a Igreja. Que Deus nunca me permita esquecer tudo que dEle ouvi nessa Jornada. Que eu jamais me conforme com menos que a Verdade e o Amor, que eu jamais me conforme com menos que Cristo."

Com Jesus e Maria, rumo a próxima JMJ – Rio 2013

Gleyce Perrout.