quinta-feira, 26 de abril de 2012

Três sacerdotes que pereceram no Titanic recordados no centenário da tragédia marítima

Quase exatamente cem anos após o Titanic ter afundado se multiplicam as histórias sobre os seus passageiros contadas pelos sobreviventes, como aquela dos três sacerdotes que por distintos motivos se encontravam a bordo do navio na noite em que este colidiu fatalmente com um iceberg, e ajudaram heroicamente os passageiros a subir nos botes salva-vidas e, nos momentos finais, acompanharam com os sacramentos e a oração as vítimas do desastre.
Pe. Juozas Montvila, Pe Joseph Peruschitz e Pe Thomas Byles

O Pe. Juozas Montvila, sacerdote nascido em 1885 em Lituânia, o mais jovem dos três presbíteros a bordo do transatlântico, dirigia-se aos Estados Unidos para servir pastoralmente às comunidades de imigrantes lituanos em Nova Iorque ou em Massachusetts. O presbítero foi sendo proibido de exercer seu ministério católico em sua terra natal, em meio da repressão religiosa dos czares russos. De acordo ao testemunho de sobreviventes, ele "serviu seu chamado até o fim", recusando-se a escapar para ajudar outros passageiros a chegar até os botes salva-vidas. O Pe. Montvila considerado um herói em Lituânia.

Por sua parte o Pe. Joseph Peruschitz , sacerdote beneditino alemão, viajava aos Estados Unidos para assumir o cargo de diretor da escola preparatória dos beneditinos em Collegeville, Minnesota. Durante a viagem, e à semelhança dos outros dois sacerdotes, o presbítero escutou confissões e celebrou Missa cada dia. Segundo o testemunho de um sobrevivente que os viu à distância enquanto seu bote se afastava, nos últimos minutos da tragédia, o Pe. Peruschitz junto ao Pe Thomas Byles dirigiram a reza do Rosário junto às vítimas que tinham ficado a bordo, ao tempo que as ondas chegavam à coberta.


O Pe. Thomas Byles viajava rumo a América do Norte para presidir o matrimônio de seu irmão, William. No momento da colisão do Titanic contra o iceberg que ocasionou a catástrofe, Byles se encontrava rezando seu breviário. Todos os testemunhos dos sobreviventes coincidem em destacar a grande liderança e o valor demonstrado pelo sacerdote britânico. Às 2:20 da madrugada de 15 de abril, hora em que afundou completamente o navio, o Pe. Byles, rezou o Ato de Contrição junto aos fiéis que permaneciam de joelhos junto a ele, e lhes deu a absolvição geral.


Uma história particular é a do Pe Francis Browne, que viajava a bordo do Titanic, mas como seminarista jesuíta e se livrou da tragédia. Apesar de um casal de milionários (que conheceu no navio) terem se oferecido a pagar a viagem até Nova Iorque, seu superior ordenou que ele abandonasse a nave no último porto europeu no que se deteve o Titanic, antes de dirigir-se aos Estados Unidos, em South Hampton. "Saia já dessa nave" dizia claramente o telegrama que recebeu o Pe. Browne e que devido à "Santa obediência", salvou-se da catástrofe. O sacerdote jesuíta manteve essa nota em sua carteira até o último de seus dias.


Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23484

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