quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Nossa visita ao Abrigo Cristo Redentor

Por Wallace Kortkamp


"Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada”. (I COR 13,2)

Estamos aqui postando os efeitos da alegria que ecoa em nossos corações após a visita ao abrigo do Cristo Redentor. Fomos recebidos de braços abertos e com todo o carinho. Uma experiência única, aprendemos muito com pessoas que, mesmo não vivendo o dia a dia de suas familias, mesmo tendo uma força física limitada, ainda levam Deus aos ainda mais necessitados. Tivemos como um grande exemplo o Sr Eloy, morador do abrigo, que leva aos enfermos a palavra de Deus.
Sinceramente: saí do abrigo impressionado, mas sem entender o que Deus queria me dizer através daquelas pessoas. Porém, o Senhor é maravilhoso e nunca nos deixa sem respostas. O evangelho e a homilia da missa daquele domingo (15/07) foi direto ao ponto:

“Naquele tempo, Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles”. Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo." (Marcos 6, 7-13)

Após o evangelho várias perguntas me vieram a cabeça:

Quantas vezes Jesus me chama, assim como chamou aos 12 apóstolos? Será que sempre respondo com o "SIM"? Quantas vezes eu abro mão daquilo que é meu que me dá prazer, pra ouvir o chamado Deus? Será que boto as sandálias e me faço humilde, conforme o desejo de Jesus? Até quando vou ter medo de que não me recebam ou não escutem o que tenho a dizer? Será que estou exercendo meu papel de Católico?
Será que estou levando a IGREJA às pessoas?

Enfim... Alguns pontos me chamaram bastante a atenção nessa visita. Porém o que mais me intrigou foram duas perguntas de um idoso do abrigo: "é verdade que vocês católicos estão perdendo espaço? Você sabe me explicar o motivo disso acontecer? Sei disso porque ouço um programa evangélico pelo rádio..."

No momento da pergunta ficamos sem saber o que falar, e talvez não sabemos realmente a verdadeira resposta desses tipos de questionamentos. Contudo, na homilia o Pe Antônio nos respondeu a pergunta daquele morador com algo mais ou menos nessas palavras: "As Igrejas estão esvaziando, chegou o tempo de levarmos ela aos outros. Precisamos de católicos missionários."

Naquele momento entendi todo o jogo de Deus: me mostrou um lugar de pessoas que servem a Deus, independente de seus limites, que são missionários mesmo no último estágio da vida. Pessoas que usam as sandálias e são donas de uma humanidade que deixa com água na boca todo aquele que se espelha em Jesus.


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