Uma poesia de Fabio Panhan Costa, Sangue nas Minhas Mãos.
As cores dançam e formam a paisagem
Sinto a relva na ponta dos meus dedos
O caminho está livre o sol está a pino
Outono estação onde a natureza se renova
Os caminhos estão silenciosos
O vento balança as folhas das árvores
Fazendo uma bela canção
O Cordeiro fala aos meus ouvidos
“Este é meu corpo e meu sangue,
O corpo e o sangue do pacto,
O qual é derramado para a remissão dos pecados”
Já estou com a espada desembainhada
Agnus Dei eleison (Cordeiro de Deus tende piedade de nós)
O caminho tornou-se tortuoso
O céu está nebuloso
Os arcanjos desembainham as espadas
Nas profundezas, clamo a Ti, Senhor
As horas voam diante dos meus olhos
Não quero mais sentir medo
O destino prega peças
Nós iremos para o campo de batalha
Com as armas que o Comandante nos deu
Todas as emoções estão aflorando pelos poros da nossa pele
Dia de ira aquele
Em que o universo for reduzido a cinzas
Qual será o temor
Quando vier o Juiz?
O centurião ordenou
Jesus abençoou
E os soldados do Reino
Serão lançados nas trevas exteriores
A voz do sangue de teu irmão
Está clamando a mim desde a terra
O rugido do leão me assusta
O som exuberante das trombetas
Alcançará os mortos nas suas sepulturas
Conduzindo-os perante Teu trono
O rugido do leão me assusta
O ranger dos destes soam como trovões
Sangue, fogo e vapor de fumaça
Deixam minha visão turva
Olho para o céu
O sol torna-se trevas
A lua torna-se sangue
Aqueles pés
Ligeiros e sedentos
Para aprisionar o sangue dos justos
O falso profeta me chama
Para ter com ele
A besta está a minha espera
Kyrie eleison! (Deus, tende piedade de nós)
E dos céus surge uma luz
Com o manto salpicado de sangue
Da sua boca brotou uma aguda espada
E lançou os dois no lago de fogo e enxofre
Uma fenda abre sobre terra
Dela brotam gula, avareza e preguiça
Dela brotam inveja, ira, orgulho e luxúria
E eles me querem
Chegará o dia em que eu verei meus descendentes?
Ou perecerei no campo de batalha?
Sei que mil cairá ao meu lado e dez mil a minha direita
Mas nenhum mau me acontecerá
Eles avançam em minha direção
Uma mistura de medo, raiva e fúria
Tomam conta do meu ser
Kyrie eleison! (Deus, tende piedade de nós)
Um a um vão caindo
Eles procuram a morte, mas não a tem
E eu ainda estou guerreando
Senhor dê-me forças!
Meus passos estão vacilantes
Minhas pernas estão tremulas
Meus braços estão fracos
Levante tua cabeça, filho!
Os mortos Vêem seus próprios corpos
E não podem ser sepultados
Que campo, que ar
As chagas dos guerreiros feridos
Transformam o ambiente
Há uma mistura sinistra de perfumes
O ambiente está vermelho
Ainda restam presas
Para serem decapitadas
Três dias passaram
E eles se levantaram
Subiram em uma nuvem
E foram arrebatados
Todos se aterrorizaram
Nós conseguimos ver Teu lar
Agora espero pelo dia de me alimentar
Das chamas do Espírito Santo
Diga-nos apenas uma palavra que tornaremos-nos livres
Nenhum comentário:
Postar um comentário