sexta-feira, 23 de março de 2012

E a você jovem santo que é apaixonado por poesias, leituras ou coisas relacionadas, lá nossa postagem dedicada a você:


Uma poesia de Fabio Panhan Costa, Sangue nas Minhas Mãos.

Que campo, que ar
As cores dançam e formam a paisagem
Sinto a relva na ponta dos meus dedos
O caminho está livre o sol está a pino 

Outono estação onde a natureza se renova
Os caminhos estão silenciosos
O vento balança as folhas das árvores
Fazendo uma bela canção 

O Cordeiro fala aos meus ouvidos
“Este é meu corpo e meu sangue,
O corpo e o sangue do pacto,
O qual é derramado para a remissão dos pecados” 

Já estou com a espada desembainhada
Agnus Dei eleison (Cordeiro de Deus tende piedade de nós)
O caminho tornou-se tortuoso
O céu está nebuloso 

Os arcanjos desembainham as espadas
Nas profundezas, clamo a Ti, Senhor
As horas voam diante dos meus olhos
Não quero mais sentir medo 

O destino prega peças
Nós iremos para o campo de batalha
Com as armas que o Comandante nos deu
Todas as emoções estão aflorando pelos poros da nossa pele 

Dia de ira aquele
Em que o universo for reduzido a cinzas
Qual será o temor
Quando vier o Juiz? 

O centurião ordenou
Jesus abençoou
E os soldados do Reino
Serão lançados nas trevas exteriores 

A voz do sangue de teu irmão
Está clamando a mim desde a terra
O rugido do leão me assusta 

O som exuberante das trombetas
Alcançará os mortos nas suas sepulturas
Conduzindo-os perante Teu trono 

O rugido do leão me assusta
O ranger dos destes soam como trovões
Sangue, fogo e vapor de fumaça
Deixam minha visão turva 

Olho para o céu
O sol torna-se trevas
A lua torna-se sangue 

Aqueles pés
Ligeiros e sedentos
Para aprisionar o sangue dos justos 

O falso profeta me chama
Para ter com ele
A besta está a minha espera
Kyrie eleison! (Deus, tende piedade de nós) 

E dos céus surge uma luz
Com o manto salpicado de sangue
Da sua boca brotou uma aguda espada
E lançou os dois no lago de fogo e enxofre 

Uma fenda abre sobre terra
Dela brotam gula, avareza e preguiça
Dela brotam inveja, ira, orgulho e luxúria
E eles me querem 

Chegará o dia em que eu verei meus descendentes?
Ou perecerei no campo de batalha?
Sei que mil cairá ao meu lado e dez mil a minha direita
Mas nenhum mau me acontecerá 

Eles avançam em minha direção
Uma mistura de medo, raiva e fúria
Tomam conta do meu ser
Kyrie eleison! (Deus, tende piedade de nós) 

Um a um vão caindo
Eles procuram a morte, mas não a tem
E eu ainda estou guerreando
Senhor dê-me forças! 

Meus passos estão vacilantes
Minhas pernas estão tremulas
Meus braços estão fracos
Levante tua cabeça, filho! 

Os mortos Vêem seus próprios corpos
E não podem ser sepultados 

Que campo, que ar
As chagas dos guerreiros feridos
Transformam o ambiente 

Há uma mistura sinistra de perfumes
O ambiente está vermelho
Ainda restam presas
Para serem decapitadas 

Três dias passaram
E eles se levantaram
Subiram em uma nuvem
E foram arrebatados
Todos se aterrorizaram 

Nós conseguimos ver Teu lar
Agora espero pelo dia de me alimentar
Das chamas do Espírito Santo
Diga-nos apenas uma palavra que tornaremos-nos livres

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